terça-feira, 16 de setembro de 2008

AIG dispõe de um dia para angariar 80 mil milhões de dólares e evitar a falência

A economia americana está de rastos! Mas ainda há quem veja tudo isto como um mero fenómeno conjectural, algo que se espera vir a ser resolvido por si a seu tempo. O grande problema, reside no facto da situação actual representar o colapso duma ideia económica. A ideia económica suportada por homens como Greenspan, que apostaram e suportaram a desregulação da economia, desregulação posta em prática na Rússia de Iéltsin e posteriormente no Iraque pós Saddam. A ideia de que uma civilização pode florescer do puro oportunismo dum bom negócio, é um fracasso à vista.
Se se for sério acerca da economia, não se podem suportar ideias miraculosas de criação de riqueza. A riqueza quando abstraída das suas fontes, e vista duma perspectiva puramente burocrática, leva ao ciclo vicioso da não sustentabilidade, constatada e reforçada pelos presentes acontecimentos financeiros.
Para além da Guerra do Iraque, que contribuiu fortemente para um desvio da riqueza pública americana, os instrumentos económicos no mantimento da estabilidade duma economia, como sejam fundos de investimento, seguros, empréstimos, reservas monetárias entre outros, passaram a ser eles próprios instrumentos ao serviço duma economia de mercado, regulada exclusivamente pelas mais elementares regras da oferta e da procura.
A verdadeira preocupação não reside nas falências em si mesmo, mas no facto de estas serem o resultado duma realidade acumulada ao longo de anos, anos de uma ideia que teve o seu grande início com o economista e prémio Nobel Milton Friedman. Estas ideias começaram por corromper grande parte das economias externas dos países do terceiro mundo, acabando na história recente, por corroer as economias dos do primeiro. Assim, as convulsões políticas vividas nesses países de experiência piloto, não foram mais do que um prelúdio do que pode muito bem acontecer nos países que as difundiram. Numa economia mundial cada vez mais interligada, e onde a ignorância felizmente já não abunda, esses países inicialmente mais atrasados, perceberam que as suas economias não se podem sustentar em iluminismos hipócritas, mas sim, na real capacidade económica do país e na sua sustentabilidade.
Na economia mundial, que nunca esteve tão interligada, não existem acontecimentos isolados, e desta forma, o efeito dominó que tanto se teme poderá bem ser uma realidade. Resta saber, quando irá a população americana acordar do seu delírio económico.

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