domingo, 7 de outubro de 2007

Ferramentas do Século XXI

Quero partilhar convosco, ou com aqueles que ainda desconhecem, algumas das ferramentas que penso serem muito úteis.
Actualmente vendem-se muitas Pen Drive, muitos Discos Externos entre outros medias. No caso dos Discos Externos, estes além de uma grande capacidade de memória, oferecem outras funcionalidades menos óbvias. À primeira vista, estes suportes para pouco mais servem, do que para armazenamento de ficheiros, ou para o seu transporte pontual.
No entanto, já existem programas muito úteis no seu formato portátil, como seja o caso do conhecido Firefox. Esse conjunto de software, encontra-se aglomerado num programa igualmente portátil, designado por PortableApps.com (Your digital life, anywhere). Pode assim, instalar o PortabelApps num dispositivo portátil, e manter as sua definições e dados para onde quer que vá.
O Firefox, possui Add-ons que lhe permitirão adicionar ferramentas gratuitas muito variadas. Descrevo de seguida as que considero mais importantes:
Este utilitário da Answers.com, permite-lhe com um simples Alt-Click, aceder a uma pequena janela que se lhe abre, sobre o significado da palavra seleccionada, permitindo por exemplo, a quem ainda não domine o inglês a 100%, saber de imediato o significado de um termo menos comum.


Resultado do Alt-Click do Answers
Esta outra ferramenta importante, permite-lhe sincronizar os seus bookmarks com um servidor central. Dessa forma não se preocupará mais com a utilização diferenciada entre vários Firefox's que possa utilizar. Este programa, tem a capacidade de interagir com os bookmarks que possa ter no del.icio.us.


Login no foxmarks
O Cooliris permite-lhe pré-visualizar um link, sem que para isso tenha de o aceder, abrindo-se-lhe para isso, uma janela à semelhança da do Answers.com. Muito útil para as buscas de imagens no Google.


Pré-visualização de uma imagem encontrada no Google

Existem outras ferramentas, o próprio dicionário incluído no Firefox pode ser actualizado, adicionando-se outros dicionários através de Add-ons.
Para além das opções que poderá encontrar no PortableApps.com, existem outras, que por não necessitarem de um processo de instalação, podem ser adicionadas ao PortableApps; um exemplo disso é o LC ISO da Lucersoft. Para uma consulta completa dos programas que actualmente se disponibilizam na forma portátil, poderá aceder ao Portable Brasil, um blog brasileiro, dedicado às novidades deste género de programas.
Agora que já tem uma forma de artilhar o seu media portátil, com um vasto conjunto de software, vamos falar da protecção dos seus dados.
Caso pense transportar alguma da sua informação pessoal, por exemplo num disco portátil, existe uma ferramenta que lhe permite assegurar a privacidade, caso perca o disco para terceiros. Na realidade existem várias, no Wikipedia existem um comparativo exaustivo dos programas disponíveis.
O programa da minha preferência é o TrueCrypt, é totalmente gratuito, e recorre a metodologias de encriptação reconhecidas como bastante seguras. Poderá criar partições no disco, seguindo o manual do programa, e posteriormente, usa-las para a criação de unidades virtuais. Estas unidades virtuais estarão encriptadas, e poderão ser acedidas de forma totalmente transparente. Dessa forma, ser-lhe-á pedida uma palavra passe, que garantirá a exclusividade do acesso. Aconselha-se a leitura do manual do programa, principalmente no que diz respeito a procedimentos de segurança.


Wizard do TrueCrypt de criação de volumes encriptados

Neste momento, já deve ter compreendido a facilidade com que poderá recuperar os dados e as definições dos seus programas. Através dum simples backup, terá o seu sistema novamente em funcionamento de forma bastante rápida e simples. O PortableApps já inclui ferramentas de Backup!
Agora que já tem uma forma de garantir a privacidade da sua informação, pode utilizar um outro mecanismo que se chama sincronização. Com a sincronização poderá ter um conjunto de documentos num computador central, e possuir uma cópia num media portátil. As alterações que forem feitas no media, juntamente com as que forem feitas no computador central, serão combinadas por forma a se ter uma cópia actualizada nos dois locais. Ou seja, pode trabalhar no media como se fosse no sistema central, e depois, o que tiver feito no primeiro, será replicado no último, ou vice versa, se for esse o caso. Imagine que são os seus documentos, poderá ter acesso a eles no seu local de trabalho, e as alterações que fizer, serão actualizadas nos seus documentos do computador da sua casa.
Existem várias ferramentas que lhe permitem fazer uma sincronização, o próprio Windows Vista já vem equipado com uma delas. O Allway Sync permite a sua utilização gratuita com limitações, e quem não faz uso intensivo deste utilitário, poder ter uma forma simples e rápida de fazer a sincronização dos seus dados. Para uma utilização livre e sem restrições, existe o Unison. O Unison é mais complicado que o Allway Sync, por outro lado é uma ferramenta de Código Aberto o que lhe garante uma extraordinária fiabilidade. Basicamente, este requer um ficheiro de configuração na pasta de definições do utilizador (presente na pasta Documents and Settings do Windows XP); após isso, bastar-lhe-á criar uma atalho para o programa e corre-lo. O Unison tratará de auditar o processo de sincronização a ser levado a cabo, de qualquer forma, recomenda-se fortemente que leia o manual para a sua correcta utilização. Ambos os programas anteriormente descritos, podem ser utilizados de forma portátil.


GUI (GTK) do Unison em acção

Para quem usa um portátil, a hipótese de que este lhe seja roubado, é mais provável do que para quem usa um DeskTop. É comum ter-se documentos pessoais em pastas, como sejam "Os meus documentos", assim, as ferramentas descritas anteriormente, podem ser usadas na partição extra, existente normalmente nos portáteis. Não é protecção suficiente da informação contida nos discos o login do Sistema Operativo, pois o acesso aos mesmos é sempre possível para quem possui o portátil.
Para terminar, é importante que tenha uma pasta TEMP na partição protegida, pois tudo o que copia para uma partição não encriptada, matem-se registado no disco, mesmo após apagado. Existem ferramentas e empresas dedicadas à recuperação de dados, pelo que, se estes últimos tiverem sido alguma vez escritos nessas partições "abertas", poderão de futuro ser recuperados.
O próprio Unison, no processo de sincronização, cria ficheiros de rastreabilidade, que poderão ser usados na obtenção de informação confidencial. É importante que a pasta de configuração do Unison, onde os ficheiros de rastreabilidade são guardados, seja reencaminhada para uma outra pasta na partição encriptada. Infelizmente, ao contrário do sistema Linux, em que se podem criar atalhos simbólicos, o Windows permite apenas atalhos não simbólicos, ou seja, no Windows um atalho é na realidade um ficheiro .lnk, que funciona apenas ao nível das pastas, não sendo interpretado como tal por um programa.
A criação de atalhos simbólicos no Windows é um processo complicado, e a este tipo de atalhos dá-se o nome de junction points, felizmente existe o Junction Link Magic, que permite a criação deste tipo de atalhos de forma simples e rápida.


Junction Link Magic

Lembre-se, a palavra passe é a sua chave de entrada na partição encriptada, se a perder deixará de ter acesso aos dados contidos nela. Configure o TrueCrypt de forma a que, sempre que o seu portátil for posto em estado de baixo consumo, a partição encriptada seja desmontada; o TrueCrypt não lhe servirá de nada, se quem tiver acesso ao portátil puder aceder à partição segura, sem necessitar de introduzir a palavra passe, além disso e por razões óbvias, evite que esta seja a mesma da do seu Sistema Operativo. É muito importante que tenha bom senso, pois são as práticas de utilização que definem se os seus dados estão bem protegidos ou não, e acima de tudo, de quem os quer proteger. Um ladrão vulgar, tem conhecimentos muito menores, dos de alguém cujo trabalho seja adquirir informação.

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

O Segredo e a Lei da Atracção

Eu apercebi-me do Segredo, enquanto estava numa estação de serviço, e li o seguinte na revista visão: Desejo, penso, tenho. Acrescentando: Chaves para compreender um fenómeno planetário.
Num tempo, em que as opiniões vacilam entre um pessimismo covarde e um optimismo hipócrita, sente-se que algo não vai bem.


Revista Visão de 26 de Julho de 2007

O pessimismo é muitas vezes covarde, pois ainda se agarra a valores que já passaram à história, como sejam o do Self Made Man e outros que num mundo em rotura ambiental, económica e outras não comporta grandes heroísmos, e esse tipo de esperança gloriosa encontra-se seriamente comprometida. É verdade, a exclusividade dificilmente será democratizada, e grandes frustrações acompanham falhados Special Ones.
O optimismo é muitas vezes hipócrita, pois sustenta-se em visões idílicas, onde para todos há o seu lugar, mesmo o da sarjeta, sendo isso reconfortante. Optimismos arrogantes, são por natureza discriminatórios.
No início do artigo, escreve-se "Fast Food para a Alma", não poderia estar mais de acordo. Estou de acordo, mas não apenas por pensar tratar-se de uma grande aldrabice, mas sim por a aldrabice ser tão simples que se situa entre as mais básicas. A minha pergunta é a seguinte: Como é que pode ser segredo algo que se pode definir num único parágrafo?
Eu compreendo que a bomba atómica seja um segredo, que um medicamento seja um segredo, que um programa informático seja um segredo e por aí a diante. Compreendo, nem sempre defendo. No entanto vejamos o seguinte: Existe um universo, que pode ser apenas um nome, universo esse que responde aos seus pensamentos, ou impulsos psíquicos (é a mesma coisa), e dessa forma acontecer-lhe-á, por atracção, aquilo que pensar.
Acham que isto poderia alguma vez ser um segredo? Alguns dirão, não é bem a sim, é preciso ter fé no pensamento, acreditar, e etc, e etc, e etc. Embora estes et ceteras sejam numa fase inicial poucos, com a crítica tendem a aumentar, podendo dessa forma, tombar mais um promissor cálice sagrado. É só um aviso! (Dirá o popular: Ora porra, se é para seguir tantas regras mais vale a IURD)
Mas algo em mim me atrai no segredo, sim, ele é como um big mac, ele é simples. A sua simplicidade é tão grande que chega a ser educativa. Um dia, eu acredito, será ensinado nas escolas, como criar uma filosofia de pensamento comum. O segredo para uma boa nota, será o da simplicidade aliada a uma grande ou mesmo enorme, ou ainda, gigantesca recompensa. Se acreditar irá acontecer. Mais simples e prometedor não há.
Nessa altura, haverá a educação suficiente, para se perceber que faz sentido acreditar, que as ruas ficarão mais limpas se houver mais almeidas. No entanto, não fará sentido, haver uma igualmente simples explicação para a riqueza. Nesses dias de verdadeira sagacidade, todos se perguntarão; que riqueza?
Não defendo um cepticismo descrente. Eu também acredito que existem caminhos, mas a minha crença para além de carecer de provas, advoga a coerência e não o absurdo.
Há termos que sempre guardei. Um deles é o modus operandi! Impressiona a forma como este tipo de ideologias é comunicada. É a forma acima do conteúdo. Os livros sempre de capas brilhantes e com relevo, a mensagem sistematizada, os testemunhos felizes (eu fui cego e agora vejo), as pessoas de prestígio duvidoso (para dar mais força à coisa), e um final, não seja estúpido, junte-se a nós (à Media Markt).
Falemos de uma outra crença. Uma outra forma de acreditar na causa das coisas. Na linha de pensamento de Sigmund Freud, pensemos que os problemas das pessoas, são a consequência de traumas e repressões antigas. E agora, simplifiquemos. Os problemas das pessoas, são apenas a consequência de traumas e repressões antigas. E pronto, temos a Dianética.
Depois de assumir a crença anterior, um novo mundo se abre à nossa frente. Neste mundo existe o ser utópico, a que deram o nome de clear, o homem ou mulher limpo de qualquer trauma. A parte interessante, é que ficará convencido de não haver alternativas. Como já dizia Kissinger, a ausência de alternativas, limpa a mente de foram maravilhosa.
Qualquer pessoa perceberá com facilidade, que uma mente não pode ser livre de traumas num corpo traumatizado, e que mente e corpo não se podem desassociar.
A ilusão, e a ambiguidade são a ferramenta de quem quer impor uma verdade. No filme são citadas personalidades muito diferentes, começando aqui a ambiguidade.
As citações são muitas vezes usadas para se reforçar uma ideia, como uma forma de angariação de personalidades importantes. Dessa forma, será mais difícil por em causa ideias subscritas por nomes como sejam o de Einstein, Luther King Junior ou outros que associamos a grande sagacidade e seriedade. Não vou abordar todas as sentenças ao longo do filme, pois além de serem bastantes, algumas implicam uma religiosidade prévia, pois a consideração das citações de Buda implica que se seja budista.
Os boatos são uma realidade da vida, e são muitas as personagens do mundo que já se viram vítimas. Quem não conhece o fenómeno do diz que disse? Não estou a querer dizer que o que é transcrito está erradamente escrito, mas o significado que se procura transcrever está adulterado. Se me disserem, que o Sr. X, disse que é nas nuvens que se prevê o futuro, e se for dito num contexto em que se quer demonstrar, que as nuvens prevêem todo o nosso futuro, muito provavelmente, pensarei no Sr. X como um defensor da mesma teoria. Agora pensemos, e se no final descobrirmos que o Sr. X é um meteorologista? Concluiremos que o futuro a que o Sr. X se refere é o do tempo meteorológico e não o das pessoas. Ou seja, não se pode considerar uma frase sem se conhecer o seu autor, até porque estas frases por serem tão curtas e tão generalistas encerram em si uma certa ambiguidade. Se não, vejamos alguns exemplos:


Winston Churchill
You create your own universe as you go along (Você cria o seu universo à medida que vive)
Winston Chirchill foi Primeiro Ministro inglês durante a Segunda Guerra Mundial, e viveu por isso num tempo em que nunca tantos deveram tanto a tão poucos. Desta forma, não se deverá considerar a palavra you de uma forma puramente individual. Mas mesmo que consideremos you com sendo individual, a frase continua a não corroborar a teoria da atracção, porque as palavras criar e controlar têm significados diferentes. Um bom exemplo é a criação de um filho. Todos nós conhecemos casos, de desenvolvimentos de crianças, que são bastante perturbadores para os pais. Ou seja, eu crio um filho, não o controlo; pelo menos a 100%.


Luther King Junior
Take the first step in faith. You don't have to see the whole staircase, just take the first step (Suba o primeiro degrau com fé. Não precisa de visualizar a escada inteira, suba apenas o primeiro degrau)
Esta frase, recorda-nos a seguinte:


Lao-tzu (filósofo chinês que viveu entre 604 e 531 antes de Cristo)
A Journey of a Thousand Miles Begins with the First Step (Uma jornada de mil milhas começa com o primeiro passo)
Luther defendia o protesto não violento, para atacar a segregação racial, vigente nos Estados Unidos. Nessa altura, havia uma certa divisão, entre vários movimentos no que respeita à forma de protesto. Como não havia consenso, nem grandes certezas no que dizia respeito às consequências de tais protestos, Luther apelou à fé, e a um voto de confiança. Tal pode ser evidenciado com a marcha sobre Washington, que se tornou num grande sucesso apesar de algumas descrenças iniciais. Assim, a frase de Luther não difere na essência da de Lao-tzu.
O que significa é o seguinte. Não é necessário saber todo o processo, para este poder ser levado a cabo. Por exemplo, imagine que deseja ir a um determinado local de carro, não tem de ter na sua cabeça todo o caminho, basta-lhe seguir os sinais à medida que estes surjam, até chegar ao local pretendido. Trata-se de um processo iterativo, o qual é também usado no cálculo numérico.
Existe um livro muito bom relacionado com a interactividade; intitula-se Bounded Rationality (Racionalidade Limitada). Este livro editado pelo MIT, abordas as decisões tomadas num ambiente de conhecimento, recursos e tempo limitados. O livro dá um interessante exemplo, relativamente à forma de se programar um robot para apanhar uma bola. O exemplo é o seguinte:
No cricket, baseball ou football, os jogadores precisam de apanhar bolas. A experiência resume-se à criação de um robot que consiga apanhar a bola (tal robot ainda não existe). Em nome da simplicidade, consideraremos apenas o caso em que a bola vem de frente ou de trás do robot, mas não do seu lado direito ou esquerdo. Uma equipa de engenheiros, que chamaremos de equipa de optimização, procede programando uma família de parábolas na mente do robot (teoricamente as bolas descrevem parábolas). Para seleccionar a parábola adequada, o robot precisa de estar equipado com instrumentos que possam medir a distancia do local em que a bola foi atirada, tal como a sua velocidade e ângulo iniciais. No entanto, no mundo real, as bolas não formam parábolas perfeitas, devido à resistência do ar e ao vento. Assim, o robot precisa de mais instrumentos que possam medir a velocidade e direcção do vento em cada ponto de passagem da bola, e calcular o caminho resultante. No entanto, num jogo real, existem muitos outros factores, tais como a rotação da bola e o conhecimento de como estes factores interagem. Assim, a equipa de optimização terá de desenvolver todos os instrumentos necessários, ao correcto conhecimento ambiental do robot, e um potente software que tenha capacidade para processar todo o conhecimento que lhe foi fornecido. Tudo terá de ser processado num ou dois segundos, o tempo usual em que a bola estará no ar. Depois o robot mover-se-á para o local da bola apanhando-a de seguida.
Uma segunda equipa de engenheiros, a que chamaremos equipa de racionalidade limitada, seguem uma diferente abordagem. Começam por analisar o que os verdadeiros jogadores fazem realmente. Baseados nestas observações, a equipa heurística programa o robot para não se mover durante o primeiro meio segundo, estimando de uma forma grosseira durante esse período o local de queda da bola, à sua frente ou atrás. Posteriormente mover-se-á na direcção do local mantendo os olhos na bola. A heurística que o robot usa leva-o a ajustar a sua velocidade, por forma a que o ângulo entre a bola e os seus olhos se mantenha o mesmo. Usando este simples ângulo heurístico, o robot apanhará a bola enquanto se move. Perceba que nesta racionalidade limitada, o robot presta atenção apenas a uma variável, o ângulo da bola, não tenta adquirir informação relativa ao vento, enviesamento, ou quaisquer outras variáveis, nem realiza qualquer cálculo complexo. Perceba também, que a variável heurística não permite determinar o ponto onde a bola irá cair, mover para lá e apanhar a bola. Ele apanha a bola enquanto se move.
Esta experiência imaginária pode ilustrar outros pontos importantes. Primeiro, contrariamente ao senso comum, limitações de conhecimento e de capacidade computacional não são necessariamente desvantagens. As ferramentas heurísticas dos humanos, animais, e instituições podem ser simples, mas no entanto efectivas num determinado ambiente. O robot optimizado que necessita de uma representação completa do ambiente e aposta numa computação massiva, pode nunca terminar a sua análise antes da bola atingir o solo. A simplicidade, em contraste, permite decisões rápidas, económicas e precisas. Segundo, um modelo heurístico simples pode explorar uma regularidade ambiental. No caso presente, a regularidade é a de que o ângulo constante provocará a colisão da bola com o jogador. Terceiro, a racionalidade heurística é, até um certo ponto, uma estratégia localmente específica em vez de universal. Estas estratégias heurísticas são limitadas no seu âmbito, isto é, funcionam numa gama de situações, não sendo ferramentas de cálculo aplicáveis em todas as situações duma forma optimizada. Ao que se chama de "caixa de ferramentas adaptativa", contem um conjunto destas ferramentas limitadas, não um único martelo para todas as situações.
Neste momento, já se lhe deve ter tornado óbvio, como a observação de Luther King na realidade contraria a teoria da Lei da Atracção, visto fundamentar-se não numa verdade absoluta para todas as situações, mas sim, numa futura adaptação constante às situações.


Albert Einstein
Imagination is everything. It is the preview of life's coming attractions (A imaginação é tudo. É a previsão das atracções da vida futura)
To know is nothing at all; to imagine is everything (Saber é absolutamente nada; imaginar é tudo)
Imagination is more important than knowledge. For knowledge is limited to all we now know and understand, while imagination embraces the entire world, and all there ever will be to know and understand (A imaginação é mais importante que o conhecimento. O conhecimento está limitado por tudo o que sabemos e compreendemos, enquanto a imaginação abraça o mundo inteiro, e tudo o que se pode saber e compreender)
A primeira sentença, usada no filme, mais as outras duas, ajudar-me-ão a sustentar a minha seguinte explicação. Para começar uma pergunta. O que há de comum nas três sentenças anteriores? A resposta será a palavra imaginação. Outra pergunta. Porque razão Einstein defende tanto a imaginação?
Surpreendentemente para alguns, será o facto de Einstein nunca ter aceite muito bem a Mecânica Quântica. A Teoria da Relatividade é a criação de Einstein, enquanto a Mecânica Quântica de Niels Bohr e Werner Heisenberg, esta última normalmente designada como a Interpretação de Copenhaga. Einstein tal como os seus colegas, alimentaram um debate sobre se era ou não aceitável, uma teoria que não se poderia imaginar. Bohr defendia que a tentativa de se imaginar o átomo era uma inutilidade, enquanto Einstein achava as descrições puramente matemáticas da equipa de Bohr uma heresia científica. Alguns paradoxos foram elaborados por Einstein e seus colegas, como sejam o Paradoxo EPR (Einstein-Podolsky-Rosen) ou o Paradoxo do Gato de Schrödinger, que tal como Einstein revelava um grande cepticismo relativamente à Mecânica Quântica. Por exemplo, a equação de Schrödinger, explica o movimento do electrão de uma forma que pode ser imaginada, ou seja, visualizada, algo que era muito importante, para os que tal como Einstein advogavam a necessidade da visualização, para a compreensão dos fenómenos físicos.
Ou seja, imaginação segundo Einstein quer dizer visualização, e não como se tenta transparecer intenção. A primeira frase é utilizada também, por conter a palavra atracção, mas o que se diz, é que a imaginação, ou seja, a visualização é a ferramenta que permite a visualização do que no futuro será uma atracção.
Agora verá também como é pouco sério citar Einstein, pois ele foi um dos primeiros a criticar as ambiguidades da Mecânica Quântica.
Agora, mais uma pergunta. Mas estará a querer dizer que a Mecânica Quântica é ambígua?
Sim, a Mecânica Quântica é bastante ambígua e contra intuitiva, não querendo dizer que seja incoerente ou errada. Esta teoria é simplesmente diferente das teorias clássicas, por exemplo, a palavra localização tem um significado numa e um outro noutra. Assim, o que os paradoxos revelam, é a leitura ou interpretação da Mecânica Quântica, segundo uma teoria ou definição clássica que se torna paradoxal, ou seja absurda.
Aliás, o próprio Fred Alan Wolf, um dos "gurus" da obra O Segredo, lembra na revista, que o poder da investigação é limitado no que toca a fenómenos da consciência, desmistificando a aura científica da obra. Ele diz:
As cargas semelhantes repelem-se e as opostas atraem-se; prefiro falar de ressonância e não de lei da atracção, que é uma metáfora para o poder da intenção.
A física quântica, efectivamente, mostra que o acto de observar condiciona o comportamento das partículas; porém,
não é cientificamente óbvio que algo aconteça apenas por se acreditar.
Existe um documentário de três episódios da BBC4 intitulado The Atom, este aborda a Mecânica Quântica, as suas implicações e algumas das especulações que a rodeiam.


The Atom - BBC4

Da mesma forma que a Dianética se dissocia da parte física, a Lei da Atracção da da sociedade. O Segredo é a crença de que alguém pode ser rico, ou ter sucesso numa sociedade inexistente, e que pode haver salvação para o puro individualista. Ele é na realidade, um verdadeiro caso perdido.


Foto de Oliviero Toscani

domingo, 30 de setembro de 2007

Librorum Prohibitorum

Este post serve como descrição do blog "Librorum Prohibitorum" uma alternativa ao "Seremos Ricos?". O "Seremos Ricos?" tenta ser um blog formal enquanto o "Librorum..." informal. Neste blog não terei tanta preocupação com a linha de pensamento, positiva ou negativa, nem tão pouco com a sequência do que vou escrever, podendo variar repentinamente de um assunto para outro, ou seja, será menos preparado e mais em função do meu dia a dia.
Para cada assunto que pense pertinente, ou que esteja claramente pouco analisado pela sociedade comum, que se evidencie de relevante importância, e que de certa forma haja uma visão sobre esse mesmo assunto geralmente limitada!
Por ser um blog feito de ideias construídas no momento, não garanto que não ofendam algumas sensibilidades ou mesmo morais vigentes. Assim, para quem se sinta directamente atingido, ou se sinta indignado por alguma possível barbaridade, peço que respondam e que acima de tudo percebam que eu também me engano :-)
Poderá ou poderão verificar que alguns dos meus textos são redundantes, mas como já disse, serei informal e preferirei dizer alguma coisa que pense importante várias vezes do que a não dizer, e acima de tudo (mais uma vez a mesma frase) iniciar ou tentar iniciar um conjunto de discussões sobre variados temas, para que eu próprio veja esclarecidos certos atrasos de raciocínio, e certas ideias feitas ou que se estão a fazer que por aí proliferam, e que na prática de nada ou de muito pouco servem a quem as carrega.
Algo que quero desde já deixar claro, é que não é meu interesse fazer papel de evangelizador ou de quem diz saber algum segredo, penso apenas que todos nós podemos fazer muito mais e muito melhor, sendo apenas preciso saber um pouco mais do que se sabe.